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O Dia Mundial do Combate à Meningite destaca a importância da prevenção, diagnóstico e tratamento contra essa doença inflamatória que afeta as membranas da medula espinhal e do cérebro.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que todos os anos ocorram 1,2 milhões de casos e 135 mil mortes por meningite, e as crianças de até 5 anos são as principais vítimas da doença. Isso porque mesmo com o tratamento adequado e em tempo hábil, entre 5% e 25% dos recém-nascidos e 5% a 10% de bebês maiores e crianças com meningite bacteriana acabam por falecer.
Apesar da maior quantidade de mortes pela doença ser de crianças, quem mais transmite a meningite são adolescentes! Isso devido ao esquecimento das doses de reforço. Em 2018, o índice de adolescentes que não haviam tomado o reforço da vacina chegou a somente 40%.
A meningite também pode ser contraída por adultos e idosos, especialmente aqueles que possuem baixa imunidade e outros fatores de risco. O Ministério da Saúde estima que a cada 10 pacientes com meningite, um morre em decorrência da doença e outros dois ficam com sequelas!
Transmissão
A forma de transmissão mais comum da meningite são as secreções respiratórias, como tosses e espirros, além da saliva. Por isso, o convívio próximo com pessoas em ambientes fechados facilita a transmissão da doença. Também é recomendado evitar o compartilhamento de itens, como copos, talheres ou mesmo cigarros.
Sintomas
Os sintomas da doença variam por faixa etária. Quando a criança apresenta sintomas que envolvem a membrana do cérebro (como sonolência anormal ou confusão), a meningite pode avançar muito rapidamente. Até 15% das crianças com meningite bacteriana já estão inconscientes (em coma) ou quase inconscientes quando chegam ao hospital.
Os recém-nascidos e crianças com menos de 12 meses de idade raramente desenvolvem rigidez na nuca (um sintoma comum em crianças mais velhas) e eles não conseguem comunicar um desconforto específico.
Conheça os principais sinais que denunciam a doença:
- Rigidez na nuca (em crianças mais velhas e adolescentes)
- Manha e irritação não características (sobretudo quando estão no colo)
- Sonolência anormal (letargia)
- Alimentação ruim
- Temperatura excessivamente alta ou excessivamente baixa
- Vômitos
- Erupção cutânea
- Convulsões
- Febre e dor de cabeça (em adolescentes e adultos)
Causas e tipos de meningite
A meningite pode ser viral ou bacteriana. Quando a doença é causada pelo vírus (o que é mais comum), o tratamento muitas vezes é dispensado pelo médico, já que a meningite viral costuma ir embora por conta própria dentro de um período de 10 dias a duas semanas.
Já quando é uma bactéria que causa a doença, o quadro é mais grave, apesar de ser mais raro. Várias bactérias diferentes podem causar meningite, entre elas
- Haemophilus influenzae
- Listeria monocytogenes
- Mycobacterium tuberculosis (causadora da meningite tuberculosa)
- meningococo
- pneumococo
Vacinas meningocócicas
A bactéria meningocócica é uma das bactérias responsáveis pelos casos mais graves de meningite, podendo ser letal em até 20% dos casos. Existem mais de 15 sorogrupos diferentes do meningococo, sendo mais comuns no Brasil os sorogrupos A, B, C, W e Y. Cada sorogrupo pode causar uma infecção de gravidade diferente, e sua incidência varia conforme a região do país.
São duas as vacinas indicadas para os sorogrupos mais comuns no Brasil:
- Vacina meningocócica ACWY: protege contra quatro sorogrupos de meningite e possui efeito mais duradouro;
- Vacina meningocócica B: protege contra o sorogrupo B;
As duas devem ser tomadas em 2 doses: aos 3 e 5 meses de idade, além de um reforço quando completar um ano. Outro reforço da vacina anti meningite ACWY é recomendado aos 5 e 11 anos e outros reforços podem ser necessários a cada 5 anos, a depender da situação epidemiológica na época da vacinação.
Vacinas pneumocócicas
Apesar do pneumococo estar mais associado à pneumonia, ele também pode causar meningite, e das graves! A meningite pneumocócica tem taxa de letalidade de até 30%.
São três vacinas contra o pneumococo:
- Vacina pneumocócica conjugada 10-valente (VPC-10)
- Vacina pneumocócica conjugada 13-valente (VPC-13)
- Vacina pneumocócica polissacarídea 23-valente (VPP23)
O número em cada uma delas representa a quantidade de sorogrupos de pneumococo que a vacina previne. A VPC-13 é mais comum na vacinação de crianças, com três doses (aos 2, 4 e 6 meses) mais um reforço (entre 12 e 15 meses).
A VPC-13 também é recomendada para adolescentes e adultos sem histórico de vacinação. Para os idosos, o recomendado é uma combinação da VPC-13 e da VPP23, que funciona como um “super reforço” na velhice.
Confira nosso artigo sobre vacinas pneumocócicas para saber mais sobre cada uma das vacinas citadas acima!
Outras vacinas que previnem meningite:
- Vacina contra o Haemophilius influenzae: previne contra a meningite causada por essa bactéria. É indicada para crianças em três doses (aos 2, 4 e 6 meses);
- Vacina BCG: previne contra a meningite tuberculosa. É indicada para recém-nascidos, ao nascer ou no primeiro mês de vida;
A meningite é uma doença perigosa! Não deixe de atualizar sua carteira de vacinação e se prevenir contra os vários tipos da doença.
Fontes: Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, Manual MSD, Família Sbim.