Vacina anti-RH e a incompatibilidade sanguínea entre mãe e bebê!

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Vacinas anti-RH para gestante.

Quando falamos em incompatibilidade sanguínea, existem duas formas: a do sistema ABO (tipos sanguíneos A, B, AB, O) e a do fator Rh (positivo ou negativo). O fator Rhesus é uma proteína que pode aparecer no sangue de algumas pessoas, e quando ela não existe, é considerada negativa.

O perigo se apresenta a partir da segunda gravidez ou depois da mãe sofrer um abortamento de gravidez no passado e quando a mãe é Rh negativo e o pai Rh positivo, pois o Rh+ é dominante e o bebê poderá ter o mesmo fator sanguíneo do pai. Neste caso, o corpo da mãe vai considerar o bebê como um “invasor” e vai produzir anticorpos contra o Rh positivo do filho.

Quando isso ocorre, o bebê pode desenvolver uma doença chamada eritroblastose fetal, também conhecida como doença hemolítica. Isso significa que as hemácias (glóbulos vermelhos) presentes na circulação sanguínea do neném serão destruídas (hemolisadas) por anticorpos produzidos pela mãe, que acabam atravessando a placenta.

Eritroblastose fetal

A eritroblastose fetal pode afetar a criança ainda durante a gestação, principalmente em casos em que houve uma gestação ou aborto anterior de bebê Rh positivo ou em transfusões de sangue erradas, pois neste caso a mãe já possui os anticorpos no sistema e eles já começarão a atacar as hemáceas do bebê.

Na primeira gravidez, é pouco provável que o feto ou o recém-nascido Rh+ seja afetado pela incompatibilidade sanguínea com a mãe Rh-, já que o contato com o sangue tende a acontecer pela primeira vez apenas na hora do parto.

Porém, a mãe estará mais propensa a ter complicações geradas pela incompatibilidade de Rh a cada nova gravidez se o sangue do feto for positivo. Em cada gestação, a mulher produz anticorpos anti-Rh mais cedo e em quantidades maiores.

A eritroblastose fetal pode causar diversos problemas para o feto ou para o recém-nascido.

Possíveis consequências para o feto:

  • edema generalizado
  • aumento do fígado e/ou do baço
  • abortamento espontâneo
  • hidropsia fetal (acumulação de líquido nos tecidos, com consequente edema ou derrames)
  • óbito fetal

Possíveis consequências para o recém-nascido:

  • paralisia cerebral
  • edema
  • surdez
  • insuficiência cardíaca e hepática
  • icterícia (olhos amarelados)
  • anemia grave
  • crescimento anômalo do fígado e baço

Como prevenir?

A diferença entre o sangue da mãe e do bebê é identificada no pré-natal com um exame de tipagem sanguínea. Mães com o tipo sanguíneo A-, B-, AB- e O- devem ser especialmente atentas a esses exames, pois é ele que identifica a incompatibilidade com o bebê.

Quando a incompatibilidade sanguínea é detectada, é indicado o uso de imunoglobulina Rho(D), também conhecida como Vacina anti-Rh ou Vacina Rogan. O momento da vacina é determinado pelo obstetra, mas costuma ocorrer normalmente entre as 28 e 32 semanas da gestação, ou no máximo em 72h após o parto. A vacina também é indicada para casos de sangramento durante a gravidez em mães com Rh negativo.

A imunoglobulina Rho(D) faz com que o sistema imunológico da mulher seja menos capaz de reconhecer o fator Rh em glóbulos vermelhos do bebê. Quando tomada na primeira gravidez, a vacina diminui as chances de complicações em gestações seguintes de aproximadamente 12% a 13% (sem tratamento) para aproximadamente 0,1%. Ainda assim, novas doses da vacina podem ser indicadas nas gestações seguintes, de acordo com a indicação do obstetra.

Fontes: Revista Crescer, Portal Minha Vida e Manual MSD.

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