Tudo sobre a Herpes Zóster: causa, transmissão, sintomas e prevenção!

Tempo de leitura: 5 minutos

Vacina herpes zóster
Vacina herpes zóster

A Herpes Zóster é uma doença mais popularmente conhecida como “cobreiro”, mas que não é causada pelo vírus da herpes, como sugere o nome. Enquanto o vírus herpes humano causa lesões na boca e nos genitais, a Herpes Zóster é na verdade causada pelo vírus varicela, o mesmo agente causador da catapora.

O jornal científico BMC Geriatrics traz notícias ruins sobre a Herpes Zóster: estima-se que, até 2030, a incidência da doença aumente em pelo menos 3%. Nos Estados Unidos, o Centro de Controle de Doenças (CDC) acredita que o zóster já atinge um terço da população.

Isso porque todo mundo que já teve catapora na infância pode ser acometido com o Herpes Zóster, e o envelhecimento da população aumenta a probabilidade da doença surgir com mais frequência.

Causa

A criança que teve catapora fica com o varicella-zoster vírus incubado no corpo por anos, geralmente nos gânglios nervosos da espinha dorsal e ​da face, e ele pode reaparecer causando Herpes Zóster quando a imunidade fica muito baixa.

Por isso, as pessoas acima de 50 anos são as vítimas mais comuns da doença, mas indivíduos imunodeprimidos, como portadores de HIV e Aids, transplantados e pessoas com câncer também podem ser acometidos.

Sintomas

O principal sintoma da Herpes Zóster é a dor. A doença acomete os nervos e provoca inflamações locais e generalizadas. O formigamento e a dor anunciam onde as lesões típicas da doença vão aparecer, cerca de dois dias depois, causando coceira e sensibilidade ao toque.

Ao contrário da catapora, que apresenta bolhas em todo o corpo, as lesões do herpes zóster acometem um nervo específico e causam pequenas bolhas na região do nervo atingido. Se a doença não for contida nesse estágio, as feridas se espalham de acordo com o trajeto das raízes nervosas. Por isso, elas atingem apenas um lado do corpo.

Complicações

Quando aparecem em regiões como o tórax e a perna, a tendência é que as feridas formem uma crosta e desapareçam após sete dias, se a pessoa tiver boa saúde. Mas em casos graves, a Herpes Zóster pode atingir o rosto, causando cegueira surdez, pode atingir o cérebro, causando meningite ou levando a uma inflamação potencialmente fatal e capaz de gerar sequelas, e também pode causar problemas futuros no coração.

Uma pesquisa recente publicada na Revista da Associação Americana do Coração identificou que as vítimas do Herpes Zóster correm risco maior de sofrer um infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral em até um ano após ter tido a doença. Isso porque o processo inflamatório causado pelo vírus também pode afetar as artérias que abastecem o cérebro e o coração.

A sequela mais comum da Herpes Zóster, porém, é a neuralgia pós-herpética, ou seja, uma dor tão intensa que nem analgésicos comuns costumam resolver. Cerca de 40% dos pacientes podem ficar com neuralgia, sentindo dor por vários meses ou anos após serem acometidos pela doença.

Transmissão

Não existe a transmissão da Herpes Zóster, mas sim do vírus varicela. Estima-se que cerca de 95% das pessoas que entraram em contato com o varicela na infância ainda tenham o vírus “dormente” em seus corpos, mas apenas 20% delas desenvolve a Herpes Zóster em algum momento da vida.

A transmissão do varicela ocorre por contato direto com o vírus ou por vias respiratórias (tosse, espirro), e mais raramente pelo contato com as lesões causadas tanto pela catapora quanto pelo zóster.

Uma pessoa que está com herpes-zóster pode transmitir o vírus varicela para quem não está imune à catapora, mas apenas através do contato com as feridas. Ao manipular a ferida, as mãos devem estar sempre limpas e, se as bolhas começarem a estourar, a região deve ser coberta para não deixar que o líquido que contém o vírus vaze. Separar toalhas e objetos pessoais que entram em contato com a lesão também é muito importante.

Prevenção e tratamento

O Hérpes Zóster costuma ter uma resolução natural. Quando as feridas criam casquinhas, é sinal de que o corpo combateu a infecção e a pessoa fica curada, o que normalmente acontece dentro de sete dias.

Ainda assim, é importante iniciar o tratamento da doença o quanto antes, pois os antivirais e analgésicos podem tratar a dor aguda dos pacientes e evitar a nevralgia, que causa dor a longo prazo. Quanto mais cedo o tratamento começar, menores as chances de complicações. 

É importante saber que o vírus pode ser reativado mais de uma vez, embora seja raro e a doença só tenha 4% de reincidência em pessoas com a saúde debilitada. Mesmo assim, o ideal é buscar a prevenção. Se vacinar contra a catapora na infância pode diminuir as chances de reativar o vírus na velhice, mas tomar a vacina contra o herpes zóster é o indicado após os 50 anos.

Vacinas

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam duas doses da vacina varicela na infância: a primeira aos 12 meses e a segunda entre 15 e 24 meses de idade. Essas doses coincidem com o esquema de vacinação da vacina SCR e, portanto, a vacina SCR-V pode ser usada nas duas doses.

Já a vacina contra o Herpes Zóster é 14 vezes mais potente contra o Herpes Zóster do que a vacina da catapora, mas é indicada apenas para maiores de 50 anos de idade, em dose única. Além de reduzir a possibilidade de reativação do vírus em 50%, essa vacina previne a incidência da nevralgia pós-herpética e seus quadros dolorosos.

Fontes: Blog Ministério da Saúde, Revista Saúde Abril, Portal Drauzio Varella e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.