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Cobreiro é o nome mais popular da Herpes Zoster, doença causada pelo Varicela Zoster, o mesmo vírus causador da catapora. E o pior é: todo mundo que já teve catapora na infância pode ser acometido com o Herpes Zóster na velhice, pois a doença tende a atacar pessoas com mais de 50 anos.
Segundo o jornal científico BMC Geriatrics, é esperado que a incidência da doença aumente em pelo menos 3% até 2030. O Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos acredita que o zóster já atinge um terço da população. De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunização, os casos também tiveram aumento significativo durante a pandemia de Covid-19.
A boa notícia é que, desde junho de 2022, o Brasil passa a ter uma nova vacina contra a doença, ou seja, agora podemos contar com uma potente arma para prevenção dessa doença.
Causa
A causa do cobreiro, na maior parte das vezes, vem da reativação do vírus varicella-zoster vírus, que fica incubado no corpo da criança que teve catapora na infância.
O vírus passa anos alojado nos gânglios nervosos da espinha dorsal e do rosto, e ele pode reaparecer causando Herpes Zóster quando a imunidade fica muito baixa.
Por isso, as pessoas acima de 50 anos são as vítimas mais comuns da doença, mas indivíduos imunodeprimidos, como portadores de HIV e Aids, transplantados e pessoas com câncer também podem ser acometidos.
O que o cobreiro faz no corpo?
O principal sintoma da Herpes Zóster é a dor, pois a doença acomete os nervos e provoca inflamações locais e generalizadas. Quando a lesão atinge as partes superiores do corpo, como o rosto e o cérebro, o cobreiro pode causar sequelas graves, como cegueira ou meningite.
Você pode saber mais detalhes sobre os sintomas, complicações, transmissão e tratamento da doença neste artigo mais completo sobre o Herpes Zóster.
Prevenção
É importante saber que o Varicella-zoster vírus pode ser reativado mais de uma vez ao longo da vida, embora seja raro e a doença só tenha 4% de reincidência em pessoas com a saúde debilitada.
Mesmo assim, o ideal é buscar a prevenção. Se vacinar contra a catapora na infância pode diminuir as chances de reativar o vírus na velhice. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam duas doses da vacina varicela na infância: a primeira aos 12 meses e a segunda entre 15 e 24 meses de idade. Essas doses coincidem com o esquema de vacinação da vacina SCR e, portanto, a vacina SCR-V pode ser usada nas duas doses.
Nova vacina contra Herpes Zóster
Até meados de 2022, a única vacina disponível no Brasil para prevenir o Herpes Zóster e suas complicações na velhice era a Zostavax© (Merck), uma vacina de vírus vivos atenuados, administrada em dose única após os 50 anos.
Apesar de ser 14 vezes mais potente contra o cobreiro do que a vacina da catapora e reduzir a possibilidade de reativação do vírus em 50%, esse imunizante é contraindicado para pessoas com imunodepressão e possui registro de diminuição da proteção e eficácia com o passar do tempo, apesar de o fabricante não recomendar doses de reforço.
Porém, em junho de 2022, chegou ao Brasil a vacina herpes-zóster inativada recombinante (Shingrix®). Trata-se de uma vacina inativada, constituída da glicoproteína E recombinante — um antígeno importante do vírus varicela-zóster —, em combinação com o adjuvante AS01.
Nos estudos iniciais, a nova vacina contra o cobreiro demonstrou mais de 90% de eficácia na prevenção de episódios agudos, mesmo entre idosos acima de 70 anos de idade. Por essa razão, a vacina inativada recombinante tornou-se a vacina preferencialmente recomendada pela Sociedade Brasileira de Imunização na prevenção do Herpes Zóster em adultos acima de 50 anos de idade.
No último dia 8 de junho, a SBIm lançou uma nota técnica com uma série de recomendações sobre a nova vacina inativada recombinante (Shingrix®). São as seguintes:
- A nova vacina é recomendada para pacientes com imunodeficiência, ao contrário da vacina atenuada Zostavax©;
- Também deve ser tomada após os 50 anos;
- São recomendadas duas doses, com intervalo de dois meses entre elas;
- A vacina pode ser usada independentemente de histórico de varicela ou vacinação contra a doença;
- Também é recomendada para pacientes que já apresentaram Herpes Zóster anteriormente. A SBIm sugere que a vacinação seja realizada a partir de seis meses após um episódio agudo, Não há, porém, necessidade de aguardar esse prazo aos que optarem por recomendar a vacinação logo após a resolução do quadro, considerando o risco de perda da oportunidade vacinal.
- Pessoas vacinadas previamente com a vacina atenuada devem receber a nova vacina inativada, respeitando-se um intervalo mínimo de dois meses entre elas;
- Não é recomendada para gestantes até o momento;
A nova vacina inativada recombinante é mais eficaz para pacientes imunodeprimidos ou em outras situações de risco para herpes zóster, como diabéticos. Na nota técnica, a SBIm afirma que já foram publicados estudos que demonstraram eficácia de 68,2% em pacientes transplantados de medula óssea, e de 87,2% em pacientes com tumores malignos hematológicos.
O documento da entidade traz uma série de recomendações específicas para pacientes transplantados, com câncer, HIV/Aids e outras situações. Consulte o arquivo para conhecer as especificidades.
A nova vacina inativada recombinante (Shingrix®) esta sendo comercializada no país em junho de 2022 e está disponível, por hora, apenas nas clínicas particulares de imunização. A Imunocamp já possui a nova vacina, entre em contato e agende sua dose!
Fontes: Nota técnica da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), Blog Ministério da Saúde, Revista Saúde Abril, Portal Drauzio Varella e Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).