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O verão chegou e com ele a desidratação, intoxicação alimentar e diarreia, problemas de saúde típicos que acompanham a nova estação. As altas temperaturas e baixa umidade do ar combinada às pancadas de chuva faz com que as pessoas façam mais atividades ao ar livre, causando alguns desses sintomas.
Infelizmente, o clima também é propício para a reprodução de insetos transmissores de algumas doenças, e a combinação dessas doenças com uma desidratação ou intoxicação pode comprometer significativamente a saúde e acabar com a alegria do verão.
Por sorte, esses problemas e doenças são preveníveis com a mudança de alguns hábitos e através de vacinas! Conheça algumas doenças típicas do verão e como evitá-las:
Hepatite A
Quantas vezes você estava na praia ou em um parque num dia de verão e decidiu comprar uma cerveja, um espetinho ou uma garrafinha d’água de um vendedor ambulante? Ou resolveu aproveitar uma ida ao litoral para comer peixes e frutos do mar mais frescos? Quantas vezes isso acabou gerando uma intoxicação alimentar?
Esses comportamentos típicos do verão podem estar associados à Hepatite A. A doença é causada pelo vírus VHA e é transmitida por via oral-fecal, entre pessoas ou através do consumo de alimentos (especialmente os frutos do mar, recheios cremosos de doces e alguns vegetais) e água contaminados, presentes em latinhas e garrafinhas mal higienizadas.
Os sintomas da Hepatite A são silenciosos ou similares ao de uma virose, e caso a doença evolua, pode virar uma hepatite fulminante, que leva à necrose maciça e morte das células hepáticas.
Para se prevenir, procure consumir bebidas e alimentos de comerciantes confiáveis e tome a vacina contra a doença! Atualmente, existem duas vacinas:
- Hepatite A: disponível no SUS apenas para crianças de 15 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade; em clínicas particulares para maiores de 12 meses de vida, adolescentes e adultos. Deve ser tomada em duas doses com intervalo de seis meses.
- Hepatite A+B: disponível apenas em clínicas particulares, previne contra dois tipos de hepatite. Crianças e adolescentes entre 1 e 16 anos devem tomar duas doses com intervalo de seis meses, no caso de uma marca específica (gsk); Acima dos 16, o indicado são três doses sendo a segunda aplicada um mês após a primeira, e a terceira, cinco meses após a segunda.
Dengue
Como o calor e as pancadas de chuva facilitam a reprodução do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da dengue, essa também é considerada uma doença típica de verão. Existem quatro sorotipos do vírus (DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4), e apesar de a pessoa que é infectada por um sorotipo ficar imune contra ele, ela ainda pode ser contaminada com os outros sorotipos. A cada reincidência, o risco de ter complicações mais graves da doença aumenta.
A doença apresenta período de incubação de quatro a dez dias (média de cinco a seis dias). A infecção pode ser assintomática ou causar um amplo espectro de quadros clínicos, desde formas pouco sintomáticas até quadros graves, com ou sem hemorragia.
A vacina para a dengue está disponível no Brasil desde 2015, apenas em clínicas particulares e para pessoas entre 9 e 45 anos. Ela previne contra todos os quatro sorotipos da doença e deve ser tomada em três doses, com intervalo de 6 meses entre elas, mas é recomendada apenas para indivíduos previamente infectados com um dos sorotipos da doença.
A febre amarela também é uma infecção viral transmitida por mosquitos, típicas de regiões tropicais e com tendências a surtos quando o clima esquenta, pois favorece a reprodução do mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue, a chikungunya e a zika. Ela ocorre quando o mosquito pica uma pessoa doente e depois ataca uma pessoa saudável que não foi vacinada.
Febre com calafrios, mal-estar, dor de cabeça, dores musculares muito fortes, cansaço, vômito e diarreia são sinais da doença que surgem de repente, em geral, de três a seis dias após a picada do inseto (período de incubação do vírus). Icterícia progressiva (pele amarelada), hemorragias, comprometimento dos rins, do fígado (hepatite e coma hepático), do pulmão, problemas cardíacos (miocardite) e encefalopatias (convulsões e delírios) são sintomas da doença que podem levar à morte.
Atualmente, existem duas vacinas disponíveis: a Bio-Manguinhos e a Sanofi Pasteur, esta última apenas em clínicas particulares de vacinação. Ambas devem ser tomadas a partir dos 9 meses de idade, com a segunda dose ministrada aos 4 anos.
Como não há consenso sobre a duração da proteção dessa vacina, uma dose de reforço passou a ser exigida para quem tomou a vacina antes dos 5 anos de idade. Viajantes internacionais também devem tomar uma dose no mínimo 10 dias antes da viagem, pois alguns países pedem a apresentação do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP), emitido por entidades públicas ou particulares habilitadas para isso. A Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda uma segunda dose para quem tomou essa vacina há mais de 10 anos e que viaja para áreas de risco.
Todas as vacinas aqui citadas são recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e estão disponíveis na Imunocamp. Procure-nos e proteja-se!
Fontes: Ministério da Saúde, Portal Dráuzio Varella e Família SBIm.