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Idosos devem aproveitar um dos momentos mais prazerosos da vida. É a hora de diminuir o ritmo e aproveitar as conquistas de toda uma vida de esforço. Por isso, alguns chamam de melhor idade. Mas ela pode ser difícil de aproveitar se a saúde não estiver tão boa assim.
Com a idade, o sistema imunológico tende a ficar mais frágil e mais suscetível à infecções. Portanto, algumas vacinas precisam voltar à rotina a partir dos 60 anos de idade. São 8 as principais vacinas a serem tomadas, sendo algumas delas disponibilizadas na rede pública e outras somente na rede particular. Confira quais são:
Vacina contra a Gripe (Influenza)
Não tem como fugir da vacina da gripe todos os anos. O vírus Influenza é extremamente adaptável e vive se modificando um pouquinho – o suficiente para enganar nossos anticorpos. Por isso eles são sazonais: a proteção que você teve após tomar a vacina há 1 ano atrás diminui por 2 motivos , o primeiro devido o vírus sofrer pequenas mutações (drifts), e segundo devido a queda de anticorpos protetores com o decorrer dos meses, sendo que após um ano eles se tornam insuficientes para proteger o individuo na nova temporada de circulação do vírus da influenza.
São dois os tipos de vacinas para a gripe hoje. Eles combatem os dois tipos mais comuns de Influenza: A e B.
- A vacina TRIVALENTE atual previne contra dois tipos de Influenza A (H1N1 e H3N2) e um tipo de Influenza B; Pode ser encontrada na rede pública de saúde para grupos prioritários (crianças até 6 anos, gestantes, idosos , pessoas com doenças crônicas, população indígena, profissionais da segurança e da educação, etc );
- A vacina QUADRIVALENTE atual previne contra o A-H1N1 e A-H3N2 e também contra dois tipos da Influenza B (Victoria e Yamagata), que dependem do vírus circulante no ano anterior; Encontrada em clínicas particulares, e pode ser tomada a partir de 6 meses de vida sem restrições de idade.
Vacina pneumocócica
A bactéria pneumococo, responsável pela pneumonia, meningite, otite e outras doenças, também ameaça os idosos. Após os 60 anos, recomenda-se iniciar a vacinação com uma dose da vacina pneumocócica conjugada 13-valente (VPC13), que protege contra 13 tipos de pneumococos, e seguir a vacinação com uma dose da vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente (VPP23) depois de 6 a 12 meses da primeira dose. Uma outra dose da VPP23 é recomendada cinco anos depois.
Para os idosos que já receberam uma dose de VPP23 anteriormente aos 60 anos, recomenda-se o intervalo de um ano para a aplicação de VPC13. A segunda dose de VPP23 deve ser feita cinco anos após a primeira, mantendo intervalo de seis a 12 meses com a VPC13.
Vacina para Febre Amarela
Normalmente, recomenda-se uma dose única durante a vida, a partir dos 9 meses de idade. Entretanto, não há consenso sobre a duração da proteção dessa vacina, então uma dose de reforço passou a ser exigida para quem tomou a vacina antes dos 5 anos de idade.
Quem reside numa região de risco ou vai viajar também precisa tomar uma dose no mínimo 10 dias antes da viagem, pois alguns países pedem a apresentação do Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP), emitido por entidades públicas ou particulares habilitadas para isso.
Vacina meningocócica
A meningite é uma doença muito perigosa. Existe vacina contra os sorogrupos de meningococo A, B, C, W e Y, que são os grupos que circulam com mais frequência no mundo todo
A proteção contra o meningococo é feita através de vacinas específicas para cada sorogrupo e entre elas está a vacina ACWY, que protege ao mesmo tempo contra quatro tipos diferentes e, por isso, possui efeito mais duradouro.
A vacinação começa logo na infância, mas para idosos o ideal é tomar novamente apenas em caso de epidemia. A não ser que o idoso não tenha sido vacinado na infância ou tenha a vacinação incompleta. Nesse caso, é necessário colocar a vacina meningocócica em dia.
Vacina contra Hérpes Zóster
Não se engane pelo nome. A Hérpes Zóster é causada pelo mesmo vírus da catapora! Estima-se que uma a cada três pessoas possa ser acometido pela doença ao longo da vida, já que qualquer um que teve catapora em algum momento pode desenvolver a herpes zóster.
Porém, mais de 60% dos casos ocorrem após os 50 anos, por isso a vacina é indicada para pessoas a partir dessa faixa etária. Por enquanto, a vacina contra herpes-zóster não está disponível pela rede pública de saúde, mas pode ser encontrada em clínicas particulares de vacinação. O indicado é tomar uma dose a partir dos 50 anos e incluir a vacinação na rotina após os 60.
A vacina é recomendada mesmo para aqueles que já desenvolveram a doença. Nesses casos, o indicado é aguardar um intervalo mínimo de um ano entre o quadro agudo e a aplicação da vacina.
Vacina Tríplice Bacteriana (dTpa)
A vacina contra tétano, difteria e coqueluche possui várias versões destinadas à várias faixas etárias. A dTpa precisa ser atualizada na terceira idade independente do intervalo prévio com a vacina dupla bacteriana do tipo adulto (dT) ou outros tipos.
Se o idoso tiver a carteira de vacinação em dia, ou seja, se tiver o esquema de vacinação básico completo, é indicado um reforço com dTpa a cada dez anos. Se o esquema de vacinação básico estiver incompleto, o ideal é tomar uma dose de dTpa a qualquer momento e completar a vacinação básica com uma ou duas doses de dT, de forma a totalizar três doses de vacina contendo o componente tetânico. Para idosos não vacinados e/ou com histórico vacinal desconhecido, é preciso tomar uma dose de dTpa e duas doses de dT no esquema 0 – 2 – 6 meses.
Vacina Tríplice Viral
É a vacina que protege contra o Sarampo, Caxumba e Rubéola. Todo indivíduo deve tomar 2 doses ao longo da vida, com intervalo mínimo de 1 mês. Uma nova indicação na velhice dependerá de risco epidemiológico e da situação individual de suscetibilidade, ou seja, idosos só devem tomar novamente caso estejam em situações de risco aumentado ou sejam portadores de comorbidades.
Vacina contra hepatites
A vacina contra hepatite B é indicada para os idosos que não foram vacinados antes ou que possuem histórico de vacinação desconhecido. Nesse caso, devem ser tomadas três doses da vacina uma dose inicial , com reforços após um e seis meses após a primeira dose (esquema 0 – 1 – 6 meses).
No caso da hepatite A, é incomum encontrar indivíduos suscetíveis à doença na população com mais de 60 anos. Por isso, a indicação dessa vacina só é possível após avaliação sorológica ou em situações de exposição ou surtos. A vacina conjunta para hepatite A+B é uma opção e pode substituir a vacinação isolada, caso a vacina para hepatite A seja recomendada.
Todas as vacinas aqui citadas são recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunização e estão disponíveis na Imunocamp! Procure-nos e proteja-se.
Fontes: Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Imunização, Revista Superinteressante e Portal Dráuzio Varella.