Gestação: quais vacinas para proteger a mãe e o bebê?

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Indicações da Sociedade Brasileira de Imunização de vacinas durante a gestação.
Vacinas na gestação.

A gestação é um momento especial na vida de muita gente e é também um momento de muita cautela na saúde da mulher. Tomar as vacinas indicadas durante a gravidez é um ato de carinho e proteção que já começa no ventre materno.

Além de imunizar a mãe e manter a saúde dela forte durante todo o processo de gestação, as vacinas fazem com que os anticorpos da mãe passem para o bebê através da placenta e, depois que o bebê nasce, através da amamentação. Esses anticorpos atuam como agentes de defesa que são de extrema importância para os bebês, pois servem para imunizá-lo e protegê-lo até que ele tenha idade suficiente para ser vacinado e desenvolver seus próprios anticorpos.

Sem essa imunização, as mães podem desenvolver doenças infecciosas que exigem internação em hospital ou cujo tratamento exija medicamentos contraindicados durante a gestação. Esses remédios podem prejudicar o bebê, provocando malformações congênitas e/ou causando danos ao processo de gestação (como abortos, nascimento prematuro etc.). A vacinação pode prevenir situações como essas.

Mas é preciso tomar cuidado, pois nem toda vacina pode ser tomada durante a gravidez. Algumas só podem ser tomadas em situações especiais e outras, por serem fabricadas com o vírus atenuado podem ser contra indicadas ou receitadas  excepcionalmente. Por isso, é importante se consultar com um obstetra para que ele possa avaliar o caso de cada mãe.

A Sociedade Brasileira de Imunização recomenda a imunização das gestantes com a aplicação das seguintes vacinas:

Hepatite B

O vírus da Hepatite B causa inflamação no fígado e, em casos graves, pode provocar cirrose e câncer. Toda gestante deve tomar esta vacina no esquema 0 – 1 – 6 meses. No caso de grávidas que nunca tomaram essa vacina ou que tiveram a vacinação incompleta durante a infância, deve-se procurar a imunização o quanto antes se descubra a gravidez.

Gripe (Influenza)

A gestante é grupo de risco para as complicações da infecção pelo vírus influenza. A vacina está recomendada nos meses da sazonalidade do vírus, mesmo no primeiro trimestre de gestação. A vacina influenza QUADRIVALENTE (4V) é preferível à vacina influenza TRIVALENTE (3V), por conferir maior cobertura das cepas circulantes. Na impossibilidade de uso da vacina 4V, utilizar a vacina 3V.

Entenda mais sobre essas vacinas:

  • A vacina TRIVALENTE previne contra dois tipos de Influenza A (H1N1 e H3N2) e um tipo de Influenza B; Pode ser encontrada na rede pública de saúde para grupos prioritários (crianças até 6 anos, gestantes, idosos e pessoas com doenças crônicas etc);
  • A vacina QUADRIVALENTE previne contra o A-H1N1 e A-H3N2 e também contra dois tipos da Influenza B (Victoria e Yamagata). Encontrada em clínicas particulares, a partir de 6 meses de vida, sem restrições de idade. 

Lembre-se que, mesmo depois da gravidez, essa vacina deve ser tomada todos os anos.

Tríplice Bacteriana (dT e dTpa)

Criada para proteger contra difteria, tétano e coqueluche, a vacina tríplice bacteriana existe em diversas fórmulas. Duas são recomendadas na gravidez – a tríplice bacteriana duplo adulto (dT) e a Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa) –  de acordo com o seguinte esquema:

  • Se a mãe tiver a carteira de vacinação completa, ou seja, se já tiver tomado pelo menos três doses de vacina contendo o componente tetânico ao longo da vida, então ela deve tomar uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação;
  • Se a mãe tiver a vacinação incompleta, mas com duas doses da vacina com componente tetânico, ela deve tomar uma dose de dTpa a partir da 20ª semana de gestação;
  • Se a mãe tiver a vacinação incompleta, mas com apenas uma dose da vacina com componente tetânico, ela deve tomar uma dose de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação, o mais precocemente possível. Deve-se respeitar um intervalo mínimo de um mês entre elas.
  • Se a mãe nunca tomou essa vacina ou se possui histórico vacinal desconhecido, ela deve tomar duas doses de dT e uma dose de dTpa, sendo que a dTpa deve ser aplicada a partir da 20ª semana de gestação. Deve-se respeitar um intervalo mínimo de um mês entre elas.

Na gravidez, a vacina dTpa é especialmente importante, pois evita que a gestante transmita a bactéria Bordetella pertussis para o bebê, que causa a doença chamada coqueluche, ou popular  “tosse comprida” , essa doença em bebês, pode ser muito grave levando a insuficiência  respiratória e morte. Mulheres não vacinadas na gestação devem ser vacinadas no puerpério, o mais precocemente possível.

Recomenda-se que contactantes desse bebê ( pai, avós, irmãos mais velhos), se vacinem também contra a coqueluche, antes mesmo que o bebê nasça , para que não adoeçam e assim eliminem o risco de transmissão dessa doença ao recém nascido.

Situações especiais

Ainda existem algumas vacinas que não são normalmente recomendadas durante a gestação, mas que podem ser necessárias dependendo da situação. Quando a gestante apresenta determinadas doenças crônicas, como doença cardíaca ou pulmonar, diabetes, entre outras, ou quando ela está em áreas de risco para a infecção, durante surtos de determinadas doenças ou não, podem ser recomendadas as seguintes vacinas:

  • Hepatite A ou AB: tomar duas doses no esquema 0 – 6 meses caso haja surto da doença;
  • Vacinas pneumocócicas: é recomendado o esquema sequencial de VPC13 e VPP23 em gestantes de risco para doença pneumocócica invasiva;
  • Vacinas meningocócicas (ACWY/C): uma dose em caso de surto da doença ou gestante com comorbidades;
  • Meningocócica B: duas doses com intervalo de um a dois meses em caso de surto da doença ou gestante com comorbidades;
  • Febre amarela: geralmente não recomendado para gestantes, mas em situações em que o risco da infecção supera os riscos potenciais da vacinação, pode ser feita durante a gravidez. Em mães que estão amamentando, é recomendado que suspenda a amamentação por 10 dias caso precise tomar a vacina.

Contraindicadas

Existem ainda algumas vacinas que não podem ser tomadas no período de gestação, em hipótese alguma, pois são fabricadas com o vírus vivo e atenuado, ou seja, há o risco (baixo, mas existente) da gestante desenvolver a doença ou de causar alguma reação adversa e afetar o bebê. As vacinas não recomendadas são:

  • Tríplice Viral
  • HPV
  • Varicela
  • Dengue: 

As vacinas tríplice viral, HPV e varicela podem ser tomadas durante o puerpério ou durante o período de amamentação. Já a vacina contra dengue é contraindicada em mulheres soronegativas, que estejam amamentando e imunodeprimidas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera prioritária a vacinação para gestantes. Todas as vacinas aqui recomendadas possuem aprovação da Sociedade Brasileira de Imunização, são altamente eficazes e comprovadamente seguras tanto para as mamães quanto para os bebês e estão todas disponíveis na Imunocamp!

Fonte: Sociedade Brasileira de Imunização

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