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A meningite é uma preocupação constante para mães e pais, uma vez que as crianças de até 5 anos são as principais vítimas dessa doença inflamatória que afeta as membranas da medula espinal e do cérebro. Porém, a meningite também pode ser contraída por adultos, especialmente aqueles que possuem doenças associadas a imunodepressão e outros fatores de risco.
Antes de falar sobre eles, é preciso esclarecer que existem dois tipos principais de meningite: a viral e a bacteriana. Quando a doença é causada pelo vírus (o que é mais comum), o tratamento muitas vezes é dispensado pelo médico, já que a meningite viral costuma ter resolução espontânea dentro de um período de 10 dias a duas semanas.
Já quando é uma bactéria que causa a doença, o quadro é mais grave, apesar de ser mais raro. A meningite pode ser causada por diversos sorogrupos de bactérias, como A, B, C, W e Y. Cada tipo de bactéria pode causar uma infecção de gravidade diferente, e sua incidência varia conforme a região do país.
Como a meningite é transmitida?
A forma de transmissão mais comum das bactérias causadoras da meningite são as secreções respiratórias, como tosses e espirros, além da saliva. Por isso, o convívio próximo com pessoas em ambientes fechados facilita a transmissão da doença. Também é recomendado evitar o compartilhamento de itens, como copos, talheres ou mesmo cigarros.
Mesmo adultos que já tomaram vacina para meningite na infância podem contrair a doença. Isso porque, entre as várias vacinas disponíveis para prevenção, muitas exigem mais de uma dose e deve ser reforçada depois de alguns anos. Porém, a imunização incompleta é comum. Em 2018, o índice de adolescentes que não haviam tomado o reforço da vacina chegou a 40%.
Segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), cerca de uma em cada dez pessoas (dependendo da idade, até mais) é portadora do meningococo no nariz ou na garganta, sem apresentar qualquer sintoma.
Fontes: CDC e OMS (último acesso em 06/07/17)
Alguns fatores de risco podem levar adultos a contrair a doença.
Fatores de risco, veja quais são eles:
- A ausência de baço ( indivíduos que necessitaram de cirurgia , ou portadores de hemoglobinopatias que resultam em acometimento funcional do baço);
- portadores de imunodeficiência primária ou adquirida ou que necessitam do uso de substancias imunossupressoras, são um grupo de alto risco para desenvolver doença meningocócica.
- Certas regiões da África também são altamente endêmicas sendo altamente recomendável a vacinação independente da faixa etária.
- Conviver em ambientes fechados e com grande concentração de pessoas também torna mais fácil a transmissão;
Prevenção
Existem várias vacinas que combatem os vários tipos de meningite como a vacina anti Haemophilus Influenzae Tipo B, anti Pneumocócica e a Meningocócica C Conjugada, elas são comumente oferecidas pela rede pública de saúde. Já a vacina meningocócica B e a Meningocócica Conjugada Quadrivalente (ACWY) são oferecidas por clínicas de vacinas particulares.
Por oferecer uma proteção mais completa aos diversos tipos de meningite, a vacina ACWY é recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria e pela Sociedade Brasileira de Imunizações.
Doses
A recomendação de doses e reforços varia de acordo com a idade:
- Em crianças, a vacina para meningite ACWY deve ser aplicada em duas doses no primeiro ano de vida: aos 3 e 5 meses.
- O reforço deve acontecer aos 12 meses, 5 anos e 11 anos de idade;
- Em adolescentes que nunca receberam a vacina antes, são indicadas duas doses com intervalo de 5 anos entre elas;
- Já em adultos, o ideal é uma aplicação única da vacina ACWY.
- A vacina anti meningite B , pode ser aplicada a partir de 2 meses de vida, recomendada pelo calendário da Sociedade Brasileira de Imunizações aos 3 e 5 meses , com reforço após 1 ano de vida.
- Para crianças e adultos acima de 2 anos de idade serão necessárias 2 doses da vacina anti meningite B, com intervalo de 1 ou 2 meses entre as doses .
fonte : https://familia.sbim.org.br/doencas/doenca-meningococica-dm