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A vacina SCR, ou a Tríplice Viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, voltou a ser alvo de campanhas do Governo Federal com fortes incentivos publicitários e financeiros. As baixas coberturas vacinais no Brasil, aliadas a introdução do sarampo por imigrações, fez que que essa doença voltasse ao nosso país.
A doença já estava considerada erradicada no país e, com o novo surto de casos, o Brasil perdeu o certificado de país livre do sarampo em 2019, quando o número de casos no país chegou à 18 mil.
Só em 2020, entre janeiro e 23 de maio, o país teve 3.629 casos da doença, e desde 2016 a taxa mínima de cobertura vacinal para a SCR (de 95%) não é atingida. O índice caiu para 90,52% em 2017, subiu para 92,64% em 2018 e voltou a cair em 2019, quando fechou em 90,77%.
A epidemia de sarampo é uma preocupação mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o número de casos de sarampo no planeta triplicou de 2018 para 2019. Em 2017, a doença foi responsável por 110 mil mortes no mundo. A seguir, saiba mais sobre o sarampo, caxumba, rubéola e sobre a vacina Tríplice Viral:
Sarampo
Sarampo é uma doença infecciosa grave, causada pelo vírus Morbilivirus (measels morbilivírus), que pode ser fatal. Sua transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. O sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes.
O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, é de cerca de 12 dias, mas a transmissão pode ocorrer antes do aparecimento dos sintomas e estender-se até o quarto dia depois que surgiram placas avermelhadas na pele.
Entre os principais sintomas do sarampo estão:
- Febre
- Tosse
- Mal estar
- Conjuntivite
- Manchas avermelhadas na pele
- Coriza
- Perda do apetite
- Manchas brancas na parte interna das bochechas
As complicações da doença incluem infecções respiratórias (broncopneumonia e pneumonia, por exemplo), otites, diarreia grave e doenças neurológicas, como encefalite (inflamação do cérebro). Além disso, o sarampo provoca acentuada queda da capacidade imune do indivíduo no período de convalescença.
A doença também pode deixar sequelas, tais como diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento. Em gestantes, pode provocar aborto ou parto prematuro, e o agravamento da doença ainda pode levar à morte. O sarampo é mais perigoso para crianças de até dois anos de idade, sobretudo nas desnutridas, e indivíduos com imunodepressão, pois eles costumam apresentar as complicações com mais frequência.
Por ser uma doença autolimitante, o tratamento é sintomático, ou seja, ele apenas alivia os sintomas. Por isso, a vacina é tão importante para a prevenção! Saiba mais sobre ela no fim do artigo.
Caxumba
Em 2019, novos casos de Caxumba também voltaram a assustar o país. Em setembro daquele ano, o Ministério da Saúde revelou um aumento de 130% nos casos da doença no estado do Rio de Janeiro. Novamente, o aumento de casos está relacionado à baixa cobertura vacinal da Tríplice Viral.
A caxumba é uma doença causada pelo paramyxovirus, um tipo de vírus que acomete tipicamente as glândulas parótidas, que produzem saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É mais comum em crianças no período escolar e em adolescentes, mas também pode afetar adultos em qualquer idade.
A transmissão ocorre por via aérea, por meio da disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas, ou ainda em contato com objetos e/ou utensílios contaminados com secreção do nariz e/ou boca.
São sintomas da caxumba
- Inchaço e dor na região do queixo/mandíbula
- Dor ao engolir
- Falta de apetite
- Febre
- Fadiga e fraqueza
Em caso de complicações, podem ocorrer náuseas, vômitos, meningite, pancreatite ou dor e inchaço nos testículos ou ovários (o que pode resultar em esterilidade). Além disso, a ocorrência da caxumba durante o primeiro trimestre da gestação pode ocasionar aborto espontâneo.
O diagnóstico da caxumba é clínico, com avaliação médica das glândulas, e o tratamento visa o alívio dos sintomas, mas não ataca o vírus de forma direta. Geralmente, quem teve caxumba uma vez não costuma ter outras, mas se a infecção se manifestou apenas de um lado, o outro pode ser afetado em outra ocasião. A vacina SCR é o único meio de prevenção.
Rubéola
O Brasil não registra casos de rubéola há 10 anos. No entanto, a doença voltou a aparecer na Argentina e no Chile, o que deixa as autoridades brasileiras em alerta. A Rubéola é uma doença infecto-contagiosa causada pelo Togavírus e também é conhecida como “Sarampo Alemão”.
O contágio ocorre comumente pelas vias respiratórias com a aspiração de gotículas de saliva ou secreção nasal. Sua característica mais marcante são as manchas vermelhas que aparecem primeiro na face e atrás da orelha e depois se espalham pelo corpo inteiro.
Os principais sintomas da rubéola costumam ser leves e normalmente confundidos com outras efemeridades. Quando surgem, os sintomas aparecem de duas a três semanas após a infecção e duram, em média, de dois a três dias. Conheça os sintomas:
- Febre leve
- Dor de cabeça
- Dor ao engolir
- Aparecimento de gânglios (ínguas)
- Congestão nasal
- Inflamação nos olhos (avermelhados)
- Surgimento de nódulos na região da nuca e atrás das orelhas
- Desconforto geral e sensação de mal-estar constante
- Dor muscular e nas articulações
A rubéola congênita, ou seja, transmitida da mãe para o feto, é a forma mais grave da doença, porque pode provocar aborto e expulsão do feto morto (natimorto) e, nos recém-nascidos, podem ocorrer malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras).
A criança que nasce com rubéola pode transmitir o vírus por até um ano. Por isso, devem ser mantidas afastadas de outras crianças e de gestantes. Assim como o sarampo e a caxumba, o tratamento apenas alivia os sintomas, e a vacina Tríplice Viral é o único meio de prevenção.
Vacina Tríplice Viral (SCR)
A vacina contra sarampo, caxumba e rubéola deve ter tomada duas vezes ao longo da vida, com intervalo de um ou dois meses entre elas. A recomendação do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) é iniciar a vacinação da SCR aos 12 meses de vida, mas todo mundo que nunca tomou a vacina e todos aqueles que não têm certeza se já tomaram as duas doses necessárias também devem procurar atualizar a carteira de vacinação.
Em situação de risco para o sarampo – por exemplo, surto ou exposição domiciliar – a primeira dose pode ser aplicada a partir dos 6 meses de idade. Essa dose, porém, não conta para o esquema de rotina: continuam a ser necessárias duas doses a partir dos 12 meses. A segunda dose da vacina, normalmente recomendada aos 15 meses, pode ser atrelada à vacinação conjunta com varicela, conhecida como vacina tetraviral (SCR-V).
Para quem possui o esquema completo, pode ser considerada a aplicação de uma terceira dose em casos de surto de caxumba ou sarampo, mas não há evidências que justifiquem a medida na rotina.
Pessoas com alergia grave ao ovo que apresentaram anafilaxia a esse alimento, pacientes em tratamento com quimioterapia, gestantes, portadores de imunodeficiências congênitas ou adquiridas, quem faz uso de corticoide em doses altas, transplantados de medula óssea e bebês com menos de seis meses de idade não devem tomar a vacina tríplice viral!
A atual Campanha Nacional de Vacinação Contra o Sarampo tem como foco os adultos jovens entre 20 a 29 anos, faixa etária que acumula o maior número de casos confirmados de sarampo, de acordo com o último boletim epidemiológico. Atualmente a campanha pública foi estendida para adultos até 49 anos.
O grupo pode ter contraído a doença porque os jovens desta faixa etária nasceram em uma época em que a segunda dose não fazia parte do Calendário Nacional de Vacinação, assim, muitos não a tomaram e, por isso, não estão totalmente protegidos.
Na Imunocamp, porém, a vacina Tríplice Viral (SCR) está disponível para todas as idades!
Fontes: BBC Brasil, Agência Brasil (EBC), Ministério da Saúde, Portal Dráuzio Varella, Portal Minha Vida, IG Saúde e Portal SBIM Família