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A internet revolucionou a forma como nos comunicamos e nos informamos. Agora, qualquer pessoa possui espaço e voz para expressar suas opiniões e qualquer informação é facilmente acessível, mas não significa que sejam confiáveis. A imunização e a vacina são dois temas grandemente afetados pelos fenômenos das fakenews. Prova disso é uma pesquisa de 2018 encomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e realizada pelo Ibope Conecta. O estudo “Doenças infectocontagiosas nos 2 primeiros anos de vida: mitos e temores das famílias brasileiras” foi feito a partir de 1.000 entrevistas online com mães e pais das classes A, B e C de todas as regiões do Brasil.
Um dos dados alarmantes apresentados é o fato de que 1 em cada 5 pais acreditam que as vacinas possam causar a doença que pretendem prevenir. Pior ainda, metade dos entrevistados acham que as vacinas causam efeitos colaterais graves ou não sabem dizer se isso é um mito. Você pode ler um artigo sobre a pesquisa aqui.
Como a desinformação é grande vamos quebrar alguns mitos e revelar algumas verdades sobre as vacinas. Vamos começar pelos mitos levantados no estudo da SBP:
Vacinas podem causar as doenças que pretendem prevenir?
MITO! Todas as vacinas passam por um número muito grande de testes rigorosos antes de serem aplicadas na população em larga escala. Todas elas passam pela aprovação de órgãos reguladores e são seguras. Lembramos que pacientes especiais como imunodeprimidos devem ser avaliados individualmente sobre qual vacina tomar.
Vacinas causam efeitos colaterais graves?
MITO! Vacinas podem causar alguns efeitos colaterais leves e temporários, como um braço dolorido ou uma febre ligeira. É importante lembrar que algumas vacinas são contraindicadas para pessoas com certas condições, pois aí sim pode haver alguma reação.
Dar analgésicos antes da vacina para evitar reações afeta a ação do imunizante?
VERDADE! Tentar evitar possíveis efeitos colaterais usando um analgésico, como paracetamol, pode fazer com que a vacina perca uma parte de seu efeito. A maior parte das reações são leves. Evite o uso desse tipo de medicamento sem recomendação médica, antes ou imediatamente após a vacina,
Para doenças que não são graves, como catapora, a vacinação não é necessária.
MITO! Todas as doenças infecciosas preveníveis por vacinação são potencialmente severas e possuem registro de hospitalizações, sequelas ou óbitos, mesmo a catapora.
Algumas vacinas precisam ser tomadas novamente de tempos em tempos?
VERDADE! Entre elas, a vacina contra tétano e difteria precisam ser reforçadas a cada 10 anos, enquanto a vacina contra gripe deve ser tomada todos os anos, pois o vírus causador da gripe (Influenza) se modifica com frequência!
Tomar a mesma vacina duas vezes não faz mal.
VERDADE! Se você não lembra se tomou alguma vacina ou perdeu sua carteirinha de vacinação, o certo é se imunizar para garantir!
É perigoso tomar várias vacinas de uma vez.
MITO! Com raras exceções, não há risco nenhum em adotar essa estratégia. O sistema imune não fica sobrecarregado.
Pessoas com doenças crônicas (diabetes, hipertensão…) não podem se vacinar.
MITO! É exatamente o oposto. Esses cidadãos fazem parte do grupo de risco e são mais suscetíveis a doenças infecciosas. É preciso se manter imunizado e prestar atenção extra às doses de reforço!
O mercúrio presente nas vacinas pode causar autismo?
MITO! O mercúrio às vezes é usado em algumas vacinas como conservante, em concentrações muito baixas e os estudos mostram que não há risco para a saúde, pois é expelido rapidamente do organismo.
Nem o mercúrio nem nenhum outro elemento presente na vacina causa autismo! Em 1998, foi publicado um artigo em que o autor afirmava ter encontrado relação entre a vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e o autismo. Mais tarde, descobriu-se que ele havia recebido pagamento de escritórios de advocacia envolvidos com processos de indenização contra indústrias farmacêuticas. Inúmeros estudos sérios têm sido conduzidos para verificar a relação entre a vacina e o autismo, e nenhum encontrou qualquer evidência.
Busque sempre notícias de fontes com credibilidade e conte com a Imunocamp para trazer informações confiáveis e serviços de qualidade para a sua saúde e da sua família!
Fontes: Ministério da Saúde, Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIm), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Revista Saúde Abril.
Acesse
a pesquisa da SBP: https://sbim.org.br/images/files/sbp-pesquisa-infectocontagiosas-2primeirosanos.pdf